Atividades que estimulam a memória e trazem alegria no dia a dia

Descubra atividades que estimulam a memória e trazem alegria: jogos, música, exercícios, tecnologia e vida social para preservar autonomia e bem-estar.

PREVENÇÃO

Mauricio Maluf Barella

8/24/20253 min read

Manter a mente ativa é essencial para a saúde cognitiva em todas as fases da vida, mas especialmente diante de condições como o Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) ou a doença de Alzheimer.

Estudos mostram que, além de retardar o declínio, atividades prazerosas podem fortalecer a autoestima, reduzir a ansiedade e melhorar o humor (Simons et al., 2016).

Mais do que treinar o cérebro, trata-se de viver experiências significativas.

1. Jogos e exercícios de memória

Palavras-cruzadas, sudoku, quebra-cabeças e jogos de cartas estimulam a atenção, a linguagem e a memória de trabalho.

Pesquisas recentes destacam que o treino cognitivo estruturado ajuda a manter a performance em tarefas específicas, mesmo que os efeitos generalizados sejam limitados (Simons et al., 2016).

2. Música: um gatilho para lembranças

Ouvir músicas preferidas ou cantar ativa áreas cerebrais relacionadas à memória autobiográfica. Além disso, a música gera bem-estar emocional e promove conexões afetivas.

3. Conversas e histórias

Relembrar momentos de vida, olhar álbuns de fotos ou contar histórias fortalece a memória episódica e ajuda a manter a identidade pessoal.

4. Atividades físicas prazerosas

Caminhadas, dança e exercícios leves não só beneficiam o corpo como também melhoram a circulação cerebral, o humor e a função cognitiva.

5. Tecnologia como aliada

  • Videogames de lógica e memória: pesquisas mostram que, embora jogos de ação tenham baixa adesão entre idosos, jogos de lógica e memória são mais aceitos e podem melhorar a atenção e funções cognitivas (Boot et al., 2013).

  • Realidade Virtual (VR): ambientes virtuais imersivos mostraram eficácia em treinar atenção, memória de trabalho e velocidade de processamento em pessoas com declínio cognitivo, além de aumentar o engajamento e a motivação (Johansen et al., 2025; Brunzini et al., 2022).

  • Aplicativos em smartphones: testes cognitivos digitais mostraram excelente validade e confiabilidade para rastrear declínio precoce em demências como a frontotemporal, muitas vezes com melhor sensibilidade que testes tradicionais (Staffaroni et al., 2024).

6. Atividades criativas

Pintura, artesanato, jardinagem e culinária ativam diferentes áreas cerebrais, aumentam a concentração e promovem prazer.

7. Vida social ativa

Encontros com familiares e amigos, participação em grupos de apoio ou atividades comunitárias reduzem o isolamento, fortalecem a memória e melhoram o bem-estar emocional.

Conclusão

Alegria e memória caminham juntas. Estimular o cérebro com atividades prazerosas é uma das formas mais eficazes de preservar a saúde cognitiva, manter autonomia e viver com dignidade.

Se você ou um familiar apresenta dificuldades de memória, busque uma avaliação especializada.

O diagnóstico precoce e um plano de estimulação personalizado podem transformar a qualidade de vida.

Referências

  • BOOT, W. R. et al. Video games as a means to reduce age-related cognitive decline: attitudes, compliance, and effectiveness. Frontiers in Psychology, v. 4, p. 31, 2013. doi:10.3389/fpsyg.2013.00031.

  • BRUNZINI, A. et al. A comprehensive method to design and assess mixed reality simulations. Virtual Reality, v. 26, p. 1257–1275, 2022. doi:10.1007/s10055-021-00575-7.

  • JOHANSEN, T. et al. Virtual reality in training of sustained attention, processing speed, and working memory after traumatic brain injury: a randomized controlled trial. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, 2025. doi:10.1016/j.apmr.2025.01.123.

  • SIMONS, D. J. et al. Do “Brain-Training” Programs Work? Psychological Science in the Public Interest, v. 17, n. 3, p. 103–186, 2016. doi:10.1177/1529100616661983.

  • STAFFARONI, A. M. et al. Reliability and validity of smartphone cognitive testing for frontotemporal lobar degeneration. JAMA Network Open, v. 7, n. 4, e244266, 2024. doi:10.1001/jamanetworkopen.2024.4266.