Atrofia do Hipocampo e do Córtex Entorrinal: Avanços no Diagnóstico por Imagem da Doença de Alzheimer

Atrofia do hipocampo e córtex entorrinal: entenda como novas escalas de ressonância magnética auxiliam no diagnóstico precoce da Doença de Alzheimer. Saiba também a importância da avaliação neuropsicológica para investigar queixas de memória

DIAGNÓSTICO

Mauricio Maluf Barella

9/17/20252 min ler

O diagnóstico precoce da Doença de Alzheimer (DA) continua sendo um dos maiores desafios da neurologia moderna. Estudos recentes mostram que a análise da atrofia de estruturas cerebrais específicas, como o hipocampo e o córtex entorrinal, pode melhorar a precisão diagnóstica e auxiliar na estratificação da gravidade da doença.

1⃣ ERICA e MTA: Escalas Visuais na Ressonância Magnética

A pesquisa de Zarad et al. (2025) comparou o desempenho da escala ERICA (Entorhinal Cortex Atrophy Score) e da tradicional MTA (Medial Temporal Atrophy Score), ambas aplicadas a imagens de ressonância magnética de 60 participantes (30 com Alzheimer e 30 controles).

Os autores mostraram que um ponto de corte ≥ 2 em ambos os escores apresentou especificidade de 100% e acurácia acima de 88% para diferenciar pacientes de indivíduos saudáveis.

Além disso, o ERICA obteve maior acurácia (96,7%) para distinguir casos leves de formas moderadas ou graves, reforçando o papel do córtex entorrinal como uma das primeiras regiões afetadas pela DA.

2⃣ Evidências Complementares

Estudos prévios confirmam a utilidade dessas medidas visuais:

  • Thomas et al. (2019) demonstraram que o sinal do “tentorial cleft” (presente no ERICA ≥ 2) tem alta acurácia para diferenciar Alzheimer de comprometimento cognitivo leve.

  • Dhikav et al. (2017) e Kaushik et al. (2021) mostraram que o MTA se correlaciona fortemente com escores de memória e com volumetria do hipocampo.

  • Enkirch et al. (2018) destacaram que o ERICA tem desempenho comparável à volumetria automatizada, mas com aplicação mais simples.

Essas evidências indicam que escalas visuais, quando aplicadas por profissionais treinados, podem oferecer rápida interpretação de exames, especialmente em serviços onde softwares de volumetria não estão disponíveis.

3⃣ Implicações para a Prática Clínica

  • Combinadas a exames laboratoriais e avaliação neuropsicológica, as escalas ERICA e MTA tornam-se ferramentas úteis para:

  • Apoiar o diagnóstico precoce em pacientes com queixas de memória;

  • Avaliar a gravidade da doença;

Monitorar progressão e resposta a terapias modificadoras.

A incorporação sistemática desses métodos nos protocolos de imagem pode ampliar o acesso a diagnósticos mais precisos, sobretudo em regiões onde exames avançados, como PET amiloide, não são rotina.

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Referências (ABNT)

DHIKAV, V.; DURAISWAMY, S.; ANAND, K. S. Correlation between hippocampal volumes and medial temporal lobe atrophy in patients with Alzheimer’s disease. Annals of Indian Academy of Neurology, v. 20, n. 1, p. 29–35, 2017.

ENKIRCH, S. J. et al. The ERICA score: an MR imaging–based visual scoring system for the assessment of entorhinal cortex atrophy in Alzheimer disease. Radiology, v. 288, p. 226–233, 2018.

KAUSHIK, S. et al. Evaluation of MR visual rating scales in major forms of dementia. Journal of Neurosciences in Rural Practice, v. 12, p. 16–23, 2021.

THOMAS, B. et al. Regional cerebral blood flow in the posterior cingulate and precuneus and the entorhinal cortical atrophy score differentiate mild cognitive impairment and dementia due to Alzheimer disease. AJNR American Journal of Neuroradiology, v. 40, p. 1658–1664, 2019.

ZARAD, C. A. et al. Entorhinal cortex atrophy score versus temporal lobe atrophy score in diagnosis and grading of Alzheimer’s disease. Egyptian Journal of Radiology and Nuclear Medicine, v. 56, p. 162, 2025

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