Envelhecimento Bem-Sucedido: Como a Aceitação e a Adaptação Mantêm a Qualidade de Vida
Envelhecer bem é possível! Saiba como aceitação, otimismo e adaptação ajudam a manter a qualidade de vida, prevenir declínio cognitivo e promover um envelhecimento saudável e ativo.
PREVENÇÃO
Mauricio Maluf Barella
9/9/20252 min ler


O envelhecimento traz mudanças inevitáveis no corpo e na mente: perda de força, alterações sensoriais, lapsos de memória e até maior risco de quedas. No entanto, pesquisas recentes mostram que o segredo para envelhecer com saúde não está apenas em evitar doenças, mas em como cada pessoa responde a essas transformações
Um estudo internacional realizado em Israel e na Itália revelou que existem três formas principais de enfrentar as limitações da idade:
Aceitação – reconhecer que certas mudanças fazem parte da vida e aprender a lidar com elas sem resistência excessiva.
Recursos pessoais – cultivar uma mentalidade positiva e a crença de que ainda é possível realizar atividades importantes (autoefficácia).
Estratégias de enfrentamento – manter papéis sociais significativos, como cuidar dos netos, fazer trabalhos voluntários ou buscar novos aprendizados, além de adaptar a rotina às novas condições.
O que significa envelhecer com sucesso?
Segundo os autores, envelhecimento bem-sucedido não é sinônimo de ausência de doenças. Pelo contrário, mesmo quem enfrenta problemas de saúde pode envelhecer bem se conseguir se manter ativo, engajado e adaptado às circunstâncias. Isso inclui atividades simples como cozinhar, participar de grupos sociais, estudar ou manter hobbies.
Essa visão amplia o conceito tradicional de “envelhecer bem”, que antes estava muito ligado a não ter doenças. Hoje, sabemos que atitude positiva, flexibilidade e envolvimento social são fatores tão importantes quanto os aspectos biomédicos.
E o que isso tem a ver com a prevenção da demência?
Embora o estudo não investigue diretamente o Alzheimer, suas conclusões são extremamente relevantes: pessoas que mantêm vida social ativa, rotina adaptada e propósito de vida apresentam maior proteção contra o declínio funcional, que é um dos fatores de risco para a evolução de comprometimento cognitivo leve (CCL) para demência.
Conclusão
O estudo reforça que aceitar as mudanças, cultivar otimismo e se adaptar ao novo ritmo da vida são caminhos poderosos para manter a independência e a qualidade de vida na velhice. Mais do que nunca, precisamos olhar para o envelhecimento não como um processo de perdas, mas como uma fase de novas possibilidades.
👉 Se você ou alguém próximo tem sentido dificuldades para se adaptar às mudanças do envelhecimento, a avaliação neuropsicológica pode ajudar a identificar pontos fortes e áreas de atenção, orientando estratégias personalizadas para manter a funcionalidade.
Referências
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