O que significa viver com autonomia após o diagnóstico
O que significa viver com autonomia após o diagnóstico:
PSICOEDUCAÇÃO
Mauricio Maluf Barella
8/20/20252 min read


Receber o diagnóstico de Alzheimer ou outra demência pode trazer medo e incerteza.
Muitas vezes, a primeira reação é imaginar a perda completa da independência.
No entanto, os relatos de pessoas que vivem com a condição — como os apresentados no livro Pathways to Well-Being with Dementia — mostram que é possível continuar vivendo com propósito, dignidade e autonomia, mesmo após o diagnóstico.
O que é autonomia no contexto da demência?
Autonomia não significa ausência de limitações, mas sim a possibilidade de manter escolhas, preferências e identidade no dia a dia. É poder decidir como se vestir, o que comer, quais atividades participar, como organizar a rotina e de que forma interagir com a família e amigos.
Pesquisas em psicologia e geriatria confirmam que a preservação da autonomia está diretamente relacionada ao bem-estar e à qualidade de vida.
Estudos publicados no Journal of Alzheimer’s Disease mostram que pessoas com demência que permanecem ativamente envolvidas em decisões do cotidiano apresentam maior autoestima, menos sintomas de depressão e maior engajamento social.
Estratégias para preservar a autonomia
Ambiente adaptado e seguro – pequenas modificações em casa, como etiquetas visuais, organização de objetos e uso de lembretes digitais, ajudam a manter a independência.
Rotinas estruturadas – a previsibilidade reduz a ansiedade e dá segurança para que a pessoa participe mais ativamente.
Tecnologia como aliada – aplicativos de agenda, relógios inteligentes e assistentes de voz auxiliam no gerenciamento da memória e da rotina.
Participação nas decisões – mesmo em estágios iniciais, incluir a pessoa em conversas sobre tratamento, passeios, finanças e atividades diárias fortalece sua identidade.
Apoio familiar e profissional – familiares e cuidadores treinados em comunicação respeitosa e centrada na pessoa podem ampliar as possibilidades de participação ativa.
A dimensão emocional da autonomia
Viver com autonomia também significa preservar a dignidade. Expressões como “ser demente” reduzem a pessoa à doença, enquanto “viver com demência” coloca em primeiro plano o indivíduo, com seus desejos e histórias.
Essa diferença de linguagem impacta diretamente na autoestima e na forma como a sociedade enxerga o paciente.
Autonomia e propósito de vida
A literatura científica mostra que o sentido de propósito é fundamental na manutenção da autonomia.
Participar de atividades significativas, como hobbies, voluntariado ou momentos em família, dá motivação e reduz o risco de isolamento social.
Segundo a Alzheimer’s Association, pacientes que encontram propósito demonstram maior adesão ao tratamento e menos declínio funcional precoce.
Conclusão
Viver com demência não significa perder completamente o controle sobre a própria vida.
Com adaptações adequadas, apoio profissional e uma rede de cuidado acolhedora, é possível manter a autonomia, cultivar a dignidade e viver com qualidade de vida.
Se você ou alguém próximo recebeu um diagnóstico, lembre-se: buscar ajuda especializada é o primeiro passo para organizar o cuidado e preservar a independência pelo maior tempo possível.
Agende uma avaliação neuropsicológica em nossa clínica e descubra caminhos para preservar a autonomia e qualidade de vida após o diagnóstico.